E eu que sempre quis encontrar o amor
verdadeiro, pois, nunca pensei que em toda parte ele estaria.
Nas
águas dos mares, nos oceanos que se estendem pelo mundo, no pico mais alto, nos
lugares mais distantes.
Nas profundezas do aprofundar-se, na existencial
essência do existir, para amar e, então, existir.
No
simples desejo do existir de cada pessoa, e em cada olhar.
Na
maneira de cada um sorrir, ou falar.
No
singelo ouvir, sem ver e não se aproximar.
Na
incessante busca do descobrir-se, e então concluir: que se pode amar a todos e
se entregar, sem se entregar, ou, somente se deixar levar.
Além de mim: o ego, o outro e todos os seres,
que além de alma, vísceras também têm num coração um espaço infinito e apto ao
exercício de que amar se aprende amando.
Valente, medroso, imperioso este pode ser um
amor, que se sente, e ora, se procura; se pressente, pois com a idéia deste
amar, já se pode estar amando.
Por
amor há um corresponder infinito, mesmo que tímido na idéia do amar.
Ora,
ausente na entrega, e nessa procura cega: um amor que se ame, e te ame. Ou, só
queira amar.
Para
sempre, sempre simplesmente amar por amar.
É
este eterno querer amar é que nos faz encontrar o amor.
O
amar da entrega lenta, sem querer, por querer, sem desmentir, e omitir o
querer.
A
cada dia se ama um pouco mais, para também se amar sem esperar na eternidade:
a aliança da união, a lua de mel em Pasárgada,
o vestido de cambraia pêssego,
os
violinos nas canções dos Beatles, um beijo fugaz nos romances de Jane Austin.
o
entardecer violeta de Amarcord de Fellini, o olhar arregalado de Audrey Hepburn
em Bonequinha de luxo, que segue lânguido na película de William Wyler - A
princesa e o plebeu.
O existir somente, num olhar de instante.
Num
se entregar sem saber, que naquele único e, profundo instante olhar existiu um
amor. (A.Rizzi)
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